quinta-feira, 23 de junho de 2011

O ECC É ENCONTRO DE CASAIS PARA CASAIS: COMO FICAM AS VIÚVAS E VIÚVOS?


JOÃOZINHO E RAILDA, Casal Regional - Nordeste II

A viuvez é um acontecimento onde nenhum dos cônjuges, na maioria das vezes, não espera e não está preparado para enfrentar. Do ponto de vista cristão o acolhimento de cada um deles é dever de cada seguidor do Cristo, que na palavra de Deus faz referência e nos ensina a tratá-los com respeito, carinho e amor.

Quando da criação do ECC, o Pe. Alfonso Pastore, nos seus escritos iniciais, recomenda o acolhimento e a inclusão das viúvas nos encontros para integrá-las nas diversas atividades a serem desenvolvidas pelos seguimentos pastorais de cada paróquia.

No momento da adoção do Documento Nacional como orientador da realização dos encontros, analisou-se que o mesmo é destinado a casais, onde toda sua dinâmica nas palestras e círculos são direcionados para o casal e sua família, com temas que evolvem o relacionamento conjugal e com os filhos. Diante desta situação como ficariam os viúvos e viúvas?

O ECC na sua 2ª Etapa já insere o testemunho da viuvez, onde cada cônjuge que passa por este momento difícil em sua vida, testemunha de modo cristão, como superar a dor desta separação, primeiro pela aceitação e depois pela força da fé e da perseverança do amor em Cristo e por sua família.

Nem o ECC nem a igreja estão excluindo as viúvas e viúvos do convívio cristão, pelo contrário, aponta-lhes outros meios de participação e um, em especial, é a Pastoral Familiar.

No Setor Casos Especiais, a Pastoral Familiar acolhe especificamente aos viúvos e viúvas na sua dignidade de ser humano e filhos de Deus, dando-lhes o apoio espiritual e abrindo a todos um leque de oportunidades de crescerem na fé e se sentirem úteis a contribuírem na execução dos mais variados serviços a serem prestados aos que mais necessitam.

Nos encontros do ECC os viúvos e viúvas podem contribuir por exemplo na participação da vigília voluntária com suas orações e experiências de fé, sem a necessidade de aparecerem nos quadrantes, bem como na apresentação das equipes de trabalho.

Os viúvos e viúvas podem perfeitamente participarem da experiência do Encontro de Famílias Incompletas, que com sua dinâmica própria, já acontecem em muitas paróquias e que têm, em muito, ajudado as pessoas a aceitarem sua nova realidade de vida, a luz do evangelho e a perseverarem na fé, favorecendo o seu crescimento como cidadãos e no âmbito familiar.

Por fim, nos resta ajudar aos irmãos a superarem esta fase de dor e de sofrimento, fortalecendo-os na fé do Senhor que, como Bom Pastor, jamais os abandonará em quaisquer circunstâncias de suas vidas.

GESTO CONCRETO

Colaborador – Adevair Santos Pinto Amaral.
Regional Oeste II
No Encontro de Casais com Cristo, gesto concreto é a ação que dá sustentação ao grupo após cada reunião de círculos, onde reflete a palavra de Deus e os desafios de especial urgência nas famílias. Quando colocamos em prática aquilo que nos foi confiado em palavra, somos chamados a viver a ação que nos ajuda a crescer na fé e na esperança de servir a Deus, dentro do sacramento matrimonial que é um projeto original de Deus, instituição de origem divina não humana. 

No plano de Deus criador e redentor o casal descobre não só sua identidade, mas a missão de cuidar, revelar e comunicar o amor e a vida; a importância de concretizar com ação, na oração, na participação Eucarística onde se vive o maior gesto concreto de amor. 

Jesus é o maior gesto concreto, se entrega à morte, nos resgata com seu sangue na cruz, nos redime, nos ensina o caminho de volta para Deus, ressuscita gloriosamente e nos deixa a maior expressão de amor do Pai, a Eucaristia. A comunhão que nos leva a viver comunitariamente esse mistério do amor de Deus. Ações concretas nos edificam e nos ensinam a ser santuário de vida, igreja doméstica que acolhe, vive, celebra e anuncia a palavra de Deus.


Fonte: ECC Nacional

quinta-feira, 2 de junho de 2011

3ª Etapa: o grande desafio é o engajamento numa causa social.

Testemunho de Pe. Mauro sobre a Pastoral Carcerária em Guarulhos/SP.
Pe. Mauro é Pároco da Paróquia São José em Guarulhos
e Diretor Espiritual do ECC no Regional Sul I (São Paulo).
Quem põe mão ao arado e volta para trás não é apto para o Reino de Deus.

É uma sentença do Evangelho que nos convida a continuar sempre o caminho; nunca nos podemos sentir plenamente realizados na construção do Reino de Deus. 

A tendência a nos acomodar nas nossas realizações nos impede a renovação necessária. 

Os desafios que enfrentamos são muitos e o cansaço juntamente com a visualização dos resultados muitas vezes menores do que o esperado faz com que desanimamos. 

Precisa, por isso, uma motivação ainda maior para não desistir. 

O que a nós foi confiado se realiza somente através de nós, não terá mais ninguém que poderá fazê-lo no nosso lugar. A dinâmica de Deus é surpreendente; Ele não faz nada sem nós; quando paramos fica esperando e quando decidimos continuar se põe a nossa frente mostrando mais caminho ainda. 

Apresento um campo para ser arado muito difícil e desafiante juntamente com os encarcerados da nossa cidade. Guarulhos tem quatro presídios com uma população carcerária de cerca 6.000 detentos; o Senhor me concede de levar a Palavra de Deus em um destes presídios onde residem mais de 1.000 sentenciados, juntamente com uma pequena equipe de leigos que acompanham, após 5 anos de trabalho, todas as quintas-feiras, vimos os primeiros resultados; finalmente conquistamos o nosso espaço; nas nossas reuniões participam de 4 a 8 detentos. A catequese que podemos fazer é verdadeiramente entusiasmante; estes irmãos nos escutam com avidez procurando entender a mensagem que transmitimos com fidelidade e verdade. 

Encontramos muitas dificuldades para poder entrar; alguns dias, esperamos até uma hora para que um agente possa nos acompanhar depois de uma acurada revista. Outros dias, simplesmente temos que voltar atrás sem poder entrar por problemas internos de segurança, mas nunca perdemos a alegria de poder anunciar a boa nova de Jesus. 

Um detento me perguntou como conseguíamos tanta perseverança e se não ficávamos decepcionados com a pouca participação. 

Respondemos, com simplicidade, que para nós o mais importante era condividir o sofrimento deles, permanecendo presos por duas ou três horas por semana não recusando partilhar a vida com eles, principalmente porque Jesus se preocupa com as nossas enfermidades e por nós se deixou prender cravado na cruz. 

É verdadeiramente edificante participar do amor que Deus tem para aquele que o acolhe no seu coração. Não posso garantir que alguns destes irmãos possam sair da prisão plenamente convertidos, mas com certeza poderão dizer que Jesus foi visitá-los quando estavam presos. 

Por mão ao arado e continuar o caminho é como encontrar tesouros entre as pedras, quanto mais difícil, o tesouro será maior. Peço a Deus a perseverança para que olhando atrás continue sempre à frente.

Fonte: ECC Nacional